terça-feira, 15 de abril de 2025

Desabafo e Revolta

Em 2002 tive um leiomiossarcoma (Cancro Grave) e ainda não tinha 55 anos. Uma junta médica ocultou essa informação num atestado de incapacidade multiusos. Recentemente submeti-me a nova junta médica para complementar a informação inexistente no anterior atestado de incapacidade. Corrigida a informação clinica, o novo atestado foi entregue na segurança social, para que me fosse atribuído um direito que tenho.

Uma norma recente impõe a obrigatoriedade de os atestados serem submetidos por via eletrônica, mas tendo a norma saído a 10 de Dezembro de 2024 e o Hospital do Litoral Alentejano , só ter acesso ao sistema a 22 de Fevereiro de 2025, era suposto existir um período de adaptação, o que não aconteceu e o Atestado de Incapacidade Multiusos não foi aceite pelos serviços da Segurança Social.
Lamentavelmente, os cidadãos já com junta médica concluída, terão de se submeter a nova junta médica, o que atrasa o agendamento de novas juntas médicas, e fazer com que processos já concluídos sejam repetidos sem necessidade, e entretanto a atribuição de um direito consignado na lei, perante estas novas exigências, seja adiado, penalizando em duplicado com deslocações desnecessárias ao hospital.
Não sou apologista da subsidio dependência, até porque se o fosse não tinha 46 anos de descontos para a Segurança Social, sem nunca ter estado de baixa, não obstante as dificuldades que me são conhecidas e comprovadas.
Esta lamentável situação só reforça a ideia de que o Estado é fraco com os fortes e forte com os fracos
Tenho 61 anos, e ainda trabalho por turnos, para fazer face ás dificuldades do dia a dia, mas jamais abdico de lutar por algo que entendo ter direito, num país que dá por um lado, mas dificulta o acesso por outro

As bombas calam a voz dos Homens