sexta-feira, 18 de maio de 2018

Amigo Feliciano da Silva


Homenagem a um Senhor e grande Amigo

São Domingos de Benfica, é uma zona de Lisboa onde na rua Carlos Pereira, perto da linha do comboio, se situava um pequeno armazém de brinquedos, cujo proprietário, numa manhã de trabalho que decorria com normalidade, reparou numa criança que passava, e que terá despertado a sua atenção, pelas vestes que trazia, pelo seu semblante no qual se notava um olhar triste, característico de uma vida cheia de carência afectiva e dos mais elementares bens essenciais, tais como vestuário e asseio.
Residente do outro lado da linha do comboio, a umas dezenas de metros do armazém, aquela criança criada sem berço, procurava fora do ambiente familiar, o convívio com quem passava, e num rasgo solidário, Feliciano da Silva, natural de Travanca de Lagos, um concelho de Oliveira do Hospital, incumbiu uma sua funcionária de acompanhar aquela criança, a uma loja de vestuário, e oferecer roupa nas devidas condições, e com a clara intenção de fazer com que o mesmo se sentisse mais confortável, e olhado como um ser humano, situação que não terá sido vista com bons olhos pelo seu progenitor, talvez por sentir que eram outros a fazer o que lhe competia.
O Sr. Feliciano da Silva, foi uma das pessoas que intervieram na débil situação de uma criança, quando a sua condição física de jovem adolescente, como consequência de dois graves atropelamentos, um ambiente familiar nada acolhedor, bem como a dificuldade em arranjar trabalho, o faziam pegar numa caixa de engraxar sapatos, colocando-se junto aos cafés da área, procurando com esta actividade ganhar algum dinheiro para fazer face ás suas necessidades.
O Sr. Feliciano da Silva, mais uma vez apercebendo-se das fragilidades daquele ser humano, instruiu os responsáveis de uma pastelaria, para que todas as manhãs, o Américo pudesse tomar o seu pequeno-almoço, em que aquele amigo se responsabilizava pelo pagamento. 
No meu percurso, que envolve um atropelamento por um comboio quando ainda tinha quatro anos de idade, um ambiente familiar nada propício ao crescimento saudável de uma criança, e as enormes dificuldades de aprendizagem na escola, as quais são o resultado dos traumas de infância, a existência de pessoas, gestos e palavras, fazem toda a diferença no rumo das nossas vidas, por isso jamais esquecerei aqueles que foram os pilares da minha educação, contribuindo para que face às circunstâncias, eu viesse a trilhar caminhos pouco dignos.

                                  Muito obrigado Amigo e Senhor Feliciano da Silva
                                       


quinta-feira, 3 de maio de 2018

Um livro a Consultar para Aprender- Das Edições Revista de Marinha

Concluí que o chefe, relativamente às pessoas com quem tem de lidar, deve ter uma profunda preocupação em usar de bom senso e de tacto, o que exige, entre outros requisitos, a capacidade de avaliar com alguma segurança a personalidade dos indivíduos, porque aqueles com quem se relaciona, não são máquinas, são pessoas com sensibilidade,amor-próprio e direito à dignidade humana.